Calma, eu explico. A última versão de Shadow Hearts, como muitos jogos, dava a opção de ser fazer dois finais diferentes, um bom e outro dito ruim. A seqüência do jogo toma partido do chamado final ruim, onde a amada do personagem principal, Yuri, morre após a batalha final. Continuando a história, o jogo todo se passa durante vários eventos históricos, como a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa. Após a morte de Alice, Yuri parece ter decidido ficar pela cidadezinha de Domremy na França e protegê-los do caos da guerra contra a Alemanha. Com isso, rumores de aparições de certo demônio alado francês (o próprio Yuri) se espalharam por toda a Europa. Isso até a chegada da Tenente Karin Koenig do exército alemão, antes salva pelo próprio demônio, e um falso exorcista do vaticano que vêm com a missão de por um fim no tal demônio. Com isso, Yuri é amaldiçoado no ponto mais profundo de sua alma e mais uma vez deve viajar o velho mundo, em uma história que começa simples e termina como uma das mais bem escritas de toda a história dos RPGs.

Ainda que nenhum personagem possua as típicas classes, em Shadow Hearts: Covenant cada um deles têm habilidades únicas, como por exemplo, Yuri, que como já citado antes, pode tomar a forma de diversos demônios, ou Karin que executa a dança de espadas. Fora essas habilidades, os personagens, com exceção de Yuri, podem usar itens que dão acesso às magias do jogo. Dessa forma, você fica livre para criar a estratégia que quiser equipando os personagens da melhor forma para as batalhas. O sistema de batalha segue o estilo inovador criado na primeira versão do jogo, porém, com algumas inovações para deixar tudo ainda mais divertido. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de jogar a primeira versão, em Shadow Hearts, não se deve apenas escolher a opção attack para atacar. Após optar para o ataque, entra em ação o Judgement Ring, que é usado durante o jogo todo, desde tirar a sorte, até na ação de derrubar uma porta. Nele você tem um círculo com certas áreas coloridas e um ponteiro que gira em sentido horário, para se ter sucesso total na ação, deve-se apertar o botão no exato momento em que o ponteiro atravessa essas partes coloridas. Quanto às inovações dessa nova versão, agora se pode escolher entre uma série de finalizações que atingem o oponente de formas diferentes, como jogá-lo para o alto ou na parede. Estas influenciam principalmente no sistema de combo, também debutante dessa versão, que possibilita ataques seguidos com os personagens de seu grupo, por exemplo: No primeiro ataque, Yuri atira o oponente para o ar, em seguida Karin o pega antes de cair no chão e o arremessa na parede, só para um terceiro personagem terminar com uma magia bem dada. Esta é uma das várias táticas que podem ser feitas graças ao sistema do jogo.

Mas é claro que um jogo não é feito só de sistema de batalha. Graficamente, Shadow Hearts: Covenant agrada os olhos. Bem diferente do jogo anterior, ele faz uso de cenários totalmente 3D renderizados em tempo real, modelos de personagens totalmente detalhados para fã algum de Final Fantasy botar defeito e claro, cutscenes e CGs dignas das melhores obras de Hollywood. Os carismáticos personagens do jogo agem de forma humana e reagem de forma bem realista em relação às várias situações da história, dificilmente você vai achar algo que o incomode nesse quesito. Os cenários seguem também a mesma linha de qualidade, retratando de forma bela algumas das melhores vistas da Europa durante os primeiros anos do século. A única coisa que pode desapontar em alguns cenários são algumas texturas um tanto planas, mas isso não é freqüente. Os efeitos especiais nas batalhas não se destacam muito, mas também não fazem feio, simplesmente cumprem o trabalho, já as CGs do jogo, essas sim merecem ser citadas. Ainda que não tão freqüentes como em alguns títulos da Square-Enix, as CGs do game são extremamente detalhadas e fazem uso de um estilo único, meio escuro e com cores similares a de quadros clássicos, que caem perfeitamente ao clima. Estas aparecem geralmente para dar vida a algumas das partes mais eletrizantes da história, levantando da cadeira até os jogadores mais inexpressivos.

Falando na parte sonora do jogo, esta também cumpre seu trabalho e ainda se sobressai sobre a média. O trabalho de voz dos personagens ficou excelente, todos soam com suas devidas emoções, passando a impressão de que eles realmente sejam pessoas reais, nada muito teatrais, mas também longe de inexpressivas. O game possui músicas incrivelmente bem compostas pelo renomado compositor Yasunori Mitsuda, de jogos como Chrono Cross e Xenosaga. Músicas que trabalham muito bem com o clima histórico e ao mesmo tempo fantasioso do jogo. O único problema mesmo que poderíamos apontar é que estas não são tão variadas e os mais exigentes podem acabar ficando enjoados delas. Shadow Hearts: Covenant sai do convencional e mostra que não é só das gigantes que saem RPGs de qualidade, um jogo extremamente recomendado para aqueles que se cansaram do "mais do mesmo" do gênero e buscam algo diferente. Porém, com uma história mais do que interessante, personagens memoráveis e um sistema de batalha um tanto peculiar, o mais recente título da Aruze deve ficar no topo das opções de qualquer um que queira passar um bom tempo com um RPG de qualidade.

Ano de Lançamento: 2004

Compactação: WinRAR

Tamanho:1,43GB

Idioma: Inglês

Formato: .ISO/.MDS/.MDF

Padrão: NTSC

Mídia: DVD